Salve galera!
O cinema nos anos 80 foi verdadeiramente fascinante para os fãs de filmes de aventura, horror e ficção científica. Cineastas como Steven Spielberg, John Carpenter e Sam Raimi trouxeram à vida verdadeiras obras primas. Em outras mídias, o clima era semelhante, e grande parte dos elementos que hoje são essenciais para a cultura nerd/pop foram concebidos ou tiveram seu auge na mencionada década.
“Stranger Things”, nova série original da Netflix, é, antes de mais nada, uma carta de amor aos anos 80, e a tudo que ele representa para a cultura nerd/pop, e isso fica claro em todos os momentos, desde a estética, passando pelos clichês do gênero até chegar às inúmeras referências escancaradas a cada cena.

Tudo começa com o sumiço de Will Byers, um típico nerd que não é mais tão jovem para ser criança e nem velho o bastante para ser considerado um adolescente. O sumiço mobiliza os moradores da pequena cidade de clima rural, mas essa é apenas a primeira das “coisas estranhas” que nomeiam a obra. E assim, com uma premissa simples, que evoca uma sensação de “déjà vu”, a trama começa a se expandir.
O grande trunfo do roteiro é a sua auto consciência, que gera a capacidade de utilização de vários clichês do gênero de forma quase que original, sem deixar abertura para comparações pejorativas. Em um determinado momento, uma das personagens chega a dizer de forma clara que o que está acontecendo lembra uma história de Stephen King. O que vimos é uma clara e bem sucedida tentativa de recriar o clima oitentista, lembrando o que foi feito recentemente pelo filme “Super 8”.
As atuações são outro destaque a parte, e enquanto os atores mais jovens surpreendem, os experientes Winona Ryder e David Harbour apresentam atuações viscerais, despertando as desejadas emoções no público. O único porém fica por conta do exagerado didatismo que permite que os espectadores mais atentos antecipem revelações da trama, talvez na busca de alcançar também um público mais jovem. Nada que atrapalhe, porém, a perfeição da obra.
Hasta!